“As mulheres são responsáveis por mais de três quartos do cuidado não remunerado e compõem dois terços da força de trabalho envolvida em atividades de cuidado remuneradas”. Este trecho fez parte de um dos textos de apoio para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, que teve como tema: “Trabalho de cuidado realizado pela mulher” e publicado no portal Oxfam Brasil no artigo: “Tempo de cuidar”.
Recentemente, observando a alternância de cuidado entre um pai e uma mãe em função do desequilíbrio de férias do filho de três anos e início do período escolar, o pai se vangloriava de conseguir ficar com o filho e realizar algumas das tarefas domésticas. E a mãe se defendia demonstrando que o filho reclamava mais sua presença.
Realmente, a mãe tem uma função didática em todo cuidado. Ela explica a função do remédio quando administrado, conversa de maneira elaborada ao apanhar a criança em alguma atitude inexplicada para depois tomar a atitude adequada de correção na atitude ou correção no entendimento apropriado.
Mães, geralmente investigam junto com suas crias quando lhe reclamam algum evento, além de prestarem atenção integral em toda e qualquer situação. Mães cumprem um zelo pedagógico em tudo que fazem. Sim, o cuidado remunerado ou não, é uma parte inerente do feminino. Não que não haja homens cuidadosos. Mas, as mulheres inatamente cuidam.
Não é à toa que em Isaías 49.15 o amor de Deus é comparado com o amor de mãe. Não há como descrever este zelo e amor transfigurado em cuidados.
O amor de Deus é assim, inerente a ele. Impossível ver a Deus, relacionar-se com ele sem sermos tomados/as pelo seu cuidado. Como as mães, impossível relacionar-se com uma boa mãe sem ser tomado de seu cuidado e afeto imanado de sua existência. Mãe é amor. Parece uma afirmação brega dado o esvaziamento do tema e a invisibilidade do cuidado feminino, mas “Deus é amor”, é realidade, a Bíblia o diz.
A observação no texto inicial sobre a responsabilidade do cuidado da mulher, apontada pelas pesquisas já era descrita por meio do profeta Isaías: “Pode uma mãe se esquecer de uma filho que ainda mama?”.
Não se separa o cuidado e amor da figura da mulher, da mãe. Assim como não se separa Deus de seu grande e infinito amor!
AGOSTINHO, Mary de Fátima Santos. A propósito das mães: Co-pastora na Igreja Metodista Central em Uberlândia – MG.
Informativo Regional, Órgão de Comunicação Metodista da 5ª Região Eclesiástica Ano 27, n. 158, abril a junho 2024. Maternidade, p. 8.