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Gratidão: expressão de um coração saudável

ALELUIA! DAREI GRAÇAS AO SENHOR de todo o coração na reunião da congregação dos justos” (Sl 111.1).

Inicio esta reflexão agradecendo muito a Deus por poder escrevê-la e também por você estar lendo ou ouvindo esta palavra. Significa que você e eu estamos vivos/as e ativos/as na vida e na missão da igreja, em família ou mesmo na família da fé.

Mesmo que você esteja só neste momento, se há gratidão a Deus, não está só, mas em comunhão com Aquele que te dá a vida e te sustenta em todos os momentos. Significa que a graça de Deus nos permitiu viver até hoje e servi-lo até agora. De fato, viver em Deus e em cada manhã experimentar sua graça e bondade, faz toda diferença em nossa existência humana, não é mesmo?

O pastor Andy Stanley diz que: “ingratidão é igual a não ver o que foi feito, não dar significado, não dar valor, ser “indiferente, não ver o outro”. Alguém diz que a “ingratidão” é o mais pobre dos estados de espírito. De fato, o/a ingrato/a tem memória curta. No primeiro não, ele/a esquece das inúmeras vezes que foi ajudado/abençoado por pessoas ou mesmo os Seus feitos a nosso favor, publicando ao mundo em forma de gratidão e reconhecimento, não apenas pela vida, que é uma bênção divina, mas também pelas muitas bênçãos que vêm sobre nós em todos os momentos.

Gratidão, de fato enriquece o nosso e o coração das pessoas ao nosso redor. “Aleluia! Como é bom cantar louvores ao nosso Deus! Como é agradável e próprio louvá-lo! O Senhor edifica Jerusalém; ele reúne os exilados de Israel. Só ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas. Ele determina o número de estrelas e chama cada uma pelo nome. Grande é o nosso Soberano e tremendo é o seu poder; é impossível medir o seu entendimento. O Senhor sustém o oprimido, mas lança por terra o ímpio. Cantem ao Senhor com ações de graças; ao som da harpa façam música para o nosso Deus. Ele cobre o céu de nuvens, concede chuvas à terra e faz crescer a relva nas colinas. Ele dá alimento aos animais, e aos filhotes dos corvos quando gritam de fome. Não é a força do cavalo que lhe dá satisfação, nem é a agilidade do homem que lhe agrada; o Senhor se agrada dos que o temem, dos que colocam a esperança no seu amor leal. Exalte ao Senhor, ó Jerusalém! Louve o seu Deus, ó Sião, pois ele reforçou as trancas de suas portas e abençoou o seu povo, que lá habita. É ele que mantém as suas fronteiras em segurança e que a supre do melhor do trigo. Ele envia sua ordem à terra, e sua palavra corre veloz” (Sl 147.1-15).

Louvor e adoração são poderosas formas de gratidão ao nosso Deus e Pai.

Louvamos a Deus pelo que Ele é. Louvamos a Deus pelo que Ele faz. Louvamos a Deus pelas bênçãos gerais e permanentes. Louvamos a Deus pela salvação em Jesus Cristo. Louvamos a Deus pela comunidade da fé e Corpo de Cristo que fomos inseridos/as. Louvamos a Deus pelas bênçãos individuais e comunitárias. Louvamos a Deus pelo privilégio de servi-lo em amor abençoando uns aos outros/as. Louvamos a Deus pelas bênçãos extraordinárias. Louvamos a Deus pelas grandes obras que Ele faz na vida das pessoas quando a Igreja está em missão.

Não podemos esquecer de louvar a Deus sempre, não precisando ser lembrados de ter esta atitude, pois Deus continua agindo em nossas vidas, famílias e Igreja.

O apóstolo Paulo revela em suas cartas muitas expressões de gratidão, tanto a Deus como aos irmãos/ãs das igrejas por onde passou. Obviamente que ele entendia que gratidão vai além de um simples “muito obrigado”. Muito obrigado por qualquer favor recebido é o mínimo que se pode esperar de quem recebe algo de alguém.

Segundo Paulo, ação de graças é a resposta à atividade salvífica de Deus na criação e na redenção. Gratidão a Deus pelas misericórdias e graça recebidas por meio de Cristo, que são sempre dirigidas a Deus.

Mesmo quando nos dirigimos às pessoas com gratidão, entendemos que antes delas, Deus está por trás de tudo. Tudo que somos e temos vem de Deus, mesmo sabendo que Ele usa pessoas para nos entregar. Por isso, nossa gratidão se dirige primeiro a Deus e depois às pessoas que Ele usa em nosso favor. Somos motivados a agradecer sempre!

“Também agradecemos a Deus sem cessar, pois, ao receberem de nossa parte a palavra de Deus, vocês a aceitaram não como palavra de homens, mas segundo verdadeiramente é, como palavra de Deus, que atua com eficácia em vocês, os que crêem” (1Ts 2.13).

Somos motivados a fazer isto em todas as circunstâncias. “Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1Ts 5.18).

Deus é glorificado quando seu povo dá graças a Ele com abundância. “Tudo isso é para o bem de vocês, para que a graça, que está alcançando um número cada vez maior de pessoas, faça que transbordem as ações de graças para a glória de Deus” (2Co 4.15).

Jesus, em seu ministério terreno, sempre agradeceu ao Pai por tudo e também entendia a importância e valor da gratidão. No texto sobre a cura dos dez leprosos, Ele nos mostra esta verdade: “E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou” (Lc 17.16-19).

Vemos apenas um leproso voltando e manifestando gratidão. Jesus até pergunta onde estão os outros? Que lição para todos/as nós sobre o poder da gratidão! Neste caso, a pessoa recebe a cura do corpo e a cura da alma.

Encerro esta reflexão compartilhando um exemplo de gratidão, dentre milhares de outros que existem. No livro “Pra vida toda valer a pena viver: Pequeno manual para envelhecer com alegria”, de Ana Claudia Quintana Arantes, nas páginas 51 e 52, quando ela fala sobre a importância de dar e de receber cuidado, uns dos outros. Testemunha de sua própria mãe, que tinha esclerose lateral amiotrófica (ELA). É uma doença rara e extremamente cruel: vai podando a independência sem afetar a lucidez, de forma que a pessoa assiste às próprias perdas com total consciência da deterioração física. Ela diz que apesar de tudo, quando ela ia cuidar de sua mãe, arrumando a cadeira para melhor conforto, ao chegar próximo recebia um beijo em seu rosto. Na primeira colherada de comida, ela pegava em sua mão, beijava e agradecia, num sentimento pleno de gratidão, sentindo-se bem por receber meu cuidado.

Gratidão! Gratidão! Gratidão!


Que nossos corações sejam saudáveis!

Bispo Adonias Lago

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