Certa vez, li que algumas coisas são explicadas pela ciência, e outras, pela fé. No caso da Páscoa, a ciência explica muitas coisas, mas é um evento que ganha contornos bem definidos a partir da ótica da fé. Do ponto de vista bíblico, histórico e teológico das Escrituras no Antigo Testamento – é a ação de Deus para libertar o seu povo do Egito, e conduzí-lo rumo à terra prometida de Canaã.
A expressão Páscoa ou Pesah, significa “saltar para a liberdade”, “passar por cima”, “atravessar por cima”. Sua celebração deve estar carregada de sentido quanto aos atos salvíficos de Deus, quando Ele mesmo concedeu proteção, livramento e vida para o Seu povo.
A celebração da Pascoa passou a ser marcada pela alegria e certeza da presença de Deus entre o povo. São muitas as maravilhosas e milagrosas notícias a respeito da Páscoa.
Li uma história sobre um certo homem que vendo sua casa desabar e tudo se perdendo, em meio aos escombros estavam muitas jóias valiosíssimas e pertences, e ele disse: “Não compensa morrer por isso!”
Mas, Jesus olhou para as nossas vidas e atentou que valeria morrer por cada uma delas.
Passando os nossos olhos da fé para as páginas do Novo Testamento, a Páscoa é resignificada, na pessoa do próprio Cristo, que passa em meio à humanidade, oferecendo o perdão pelos nossos pecados, e nova vida, e a vida eterna – para tanto quanto, Ele morreu na cruz e ressuscitou.
O apóstolo Paulo nos dá notícias de que Cristo depois de ressurreto apareceu para várias pessoas, inclusive, o próprio apóstolo (cf. 1Co 15.6). Apareceu a Maria Madalena e a outra Maria (Mt 28.1-8), os discípulos enquanto pescavam (Jo 21.1-14), os viajantes no caminho para Emaús (Lc 24.13-31), onze discípulos no cenáculo (Jo 20.19), e para mais de quinhentos irmãos/ãs (1Co 15.6).
As notícias são de que Cristo Jesus ressurreto ofereceu palavras de encorajamento, que os encheu de alegria e a certeza de Sua presença. Para Maria, Ele pergunta: “Porque choras? (Jo 20.15)” E, assegura-lhe que está vivo, aos corações temerosos, Ele disse: “Não temais! (Mt 28.10), à pessoa de Tomé reafirma a necessidade do ato de sempre crer (Jo 20.27), aos caminhantes de Emaús, Ele compartilhou das Escrituras, fato que lhes aqueceu o coração e os fez voltar para o lugar de oração e aguardar a promessa do envio do Espírito Santo. Para Paulo, que perseguia todos os crentes para os prenderem, Cristo lhe aparece no caminho de Damasco, e o torna um anunciador das notícias da ressurreição – “Cristo crucificado e ressurreto!”
A celebração da Páscoa deve ser anunciada para todos/as, para trazer à memória o que pode dar esperança, já que pisamos o chão da vida e essa vivida em meio às muitas contradições e fragilidades. Contudo, em Cristo ouvimos a mensagem: “eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28.18b).
Ricardo de Souza, pastor na IM em Ourinhos (SP)