Sabemos da fundamental importância da vinda de Jesus, o Verbo encarnado, Sua morte e ressurreição, pois, sem isto, não haveria salvação, remissão de pecados, justificação, reconciliação. Em seus três anos de ministério, temos exemplos acerca de como Deus pretende que cumpramos seu propósito.
Jesus, em seu ministério foi ao encontro das pessoas, e seu ato quebra todos os modelos religiosos até então. Uma divindade que vai ao encontro dos/as discípulos/as que não eram ainda discípulos/as. Jesus crê em sua missão. Ele sai à procura dos/as discípulos/as.
Jesus não construiu um templo físico, pelo contrário, Ele saiu de seu “templo” e veio habitar entre nós.
Ele, de fato, foi procurar lugares onde havia pessoas. Onde encontramos pessoas? Nos seus trabalhos, nas suas casas!
No início do seu ministério, Jesus anda pela Galileia (Mt 4.18-22) e quebra um modelo que era seguido pelos religiosos de sua época: andou e se relacionou com as pessoas simples, ensinando-as o quanto eram importantes para Deus. Entendemos que para recebermos algo novo, precisamos mudar nossa visão. Para termos uma experiência de transformação precisamos rever alguns modelos que seguimos. Para fazermos o Reino expandir, precisamos quebrar alguns paradigmas religiosos que nos prendem.
O que é um paradigma? São referências, diretrizes, modelos, parâmetros. Um paradigma é uma forma pela qual percebemos o mundo, as situações e que nos faz agir em conformidade com esse padrão.
Veja alguns exemplos a seguir:
.A mulher samaritana (Jo 3.1-30) – havia vários paradigmas religiosos que regiam a vida dos religiosos judeus.
1. Relacionamento: os judeus não se “misturavam” com os gentios; 2. Gênero: os judeus menosprezavam as mulheres e 3. Maneira de cultuar a Deus: os judeus adoravam no templo e em Jerusalém.
.O homem da mão ressequida (Mt 12.9-14) – A lei dizia que o sábado deveria ser guardado para o descanso e para a comunhão dos/as filhos/as com o Pai. Mas, isso se tornou um paradigma, um modelo inquebrável. E, os religiosos perderam a essência do mandamento. Eles o executavam, sem entender sua razão. Se é modelo tem que ser cumprido. Jesus não só cura o homem porque teve compaixão, como também, ensina-nos que pessoas são infinitamente mais importantes que estruturas.
E nós, quais paradigmas deveremos quebrar para fazermos avançar o Reino de Deus? Há realmente em nós uma paixão pelo projeto de Deus, ou nosso comportamento e atitudes nos mostram que estamos satisfeitos em fazer parte da grande família de Deus, estamos contentes em pertencer a uma denominação, contentes em servir essa denominação?
Ao quebrar paradigmas para que o Reino avançasse, Jesus enfrentou forte resistência. Para quê mexer em nossa estrutura, se estamos caminhando bem? Já temos tantas atividades em nossas vidas e na igreja, por que nos comprometermos mais ainda?
Esse é outro paradigma que precisa ser quebrado: atividades na igreja, nem sempre significam trabalho para o Reino. Na maior parte das vezes são para nos servir e servir às nossas estruturas religiosas.
Vejamos algumas mudanças necessárias para esse objetivo:
- Pessoas são mais importantes que costumes ou tradição;
- O interior é mais importante que o exterior;
- O amor é o princípio fundamental sobre o qual nos movemos;
- O Reino é a novidade (novo coração, novo espírito, novo nascimento, nova mente, mente constantemente renovada – Rm 12.1-3);
- O Reino é produção de frutos, sempre;
- O Reino é paixão por Cristo e por pessoas.
Que o Senhor nos quebre e nos lance em um novo tempo de trabalho e serviço a Ele e à nossa Igreja Metodista. Que possamos ir, pois Ele nos manda: “erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa” (Jo 4.35).
.Kleyson Fleury, pastor na IM Central em Uberlândia (MG)
Matéria originalmente publicada no Informativo Regional Nº129 – Setembro – Outubro 2018