Ao consultar o Caderno de Atas e Documentos do 43º Concílio Regional, fica implícito uma preocupação da liderança: reencontrar o caminho do crescimento qualitativo e quantitativo da Igreja Metodista na 5ª Região. O diagnóstico geral acerca das comunidades locais aponta para a necessidade de mudanças na forma de ser da igreja. Um dos maiores desafios propostos é transformar, por meio do discipulado, ‘seguidores’ metodistas em discípulos e discípulas movidos/as pelo ardor missionário.
Há uma sensível diferença entre ser um seguidor (membro de igreja) e um discípulo de Jesus. Seguidores são simpatizantes da vida do Mestre e da denominação, porém não estão totalmente comprometidos com a mensagem da cruz. São inconstantes, fogem de cobranças, trabalham por conveniência e possuem uma vida cristã estéril. Quando o Evangelho exige algo mais, há sempre uma boa desculpa na ponta da língua (Lucas 9.59 e 14.18-20).
Os discípulos de Jesus agem de forma oposta: entregam toda a vida, são ensináveis, transparentes, tratáveis, frutíferos e disponíveis. Assumem suas limitações e, por isso, reconhecem que precisam de Cristo como Salvador. Ao aceitar a mensagem do Evangelho, colocam em primeiro lugar o Reino de Deus e não olham para trás (Lucas 9.62). Tempo, recursos e família estão totalmente entregues ao Senhor.
O processo de desenvolvimento no discipulado tão presente nas discussões e reflexões do metodismo atual, acompanha a história da igreja desde os tempos de Jesus. A Bíblia relata que conforme crescia a fama do Mestre, maior era a multidão que o seguia. “ […] porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos”, João 6.2.
Jesus sabia que muitos ali estavam interessados apenas no que Ele poderia fazer. Boa parte da multidão queria receber ‘uma benção’ e não estava disposta a se submeter aos confrontos e renúncias do Evangelho. Exatamente por este motivo, o Mestre endureceu o discurso (João 6.26) e ressaltou os custos exigidos pelo Evangelho. Jesus estabeleceu o padrão – “todo aquele que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”, Lucas 14.33.
Resgatar tais princípios do discipulado de Jesus e retomar o rumo do crescimento saudável, resumem o esforço da Igreja Metodista no Brasil nos últimos anos. Neste sentido, a 5ª Região estabeleceu alvos arrojados, como por exemplo: “Visar a duplicação da membresia de todas as igrejas locais; consolidar o discipulado na vida de cada metodista” (Alvos para 2019 –2020, médio prazo).
O resgate da mensagem e princípios do discipulado de Jesus, trazem grandes expectativas de avanço para o povo chamado metodista. É o que você verá nas próximas páginas. As Atas e Documentos do 43º Concílio Regional apontam para o desejo de ver a Igreja Metodista mais forte e relevante em solo brasileiro, em especial, na 5ª Região Eclesiástica.
Boa consulta!
Pr. Marcelo Ramiro (Editor) – Palavra do editor do Caderno de Atas do 43º Concílio Regional